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domingo, 29 de março de 2009

Do you remember?

Ontem perguntaste-me se me lembrava de como nos tinhamos conhecido.
Só me apetecia dizer "como é que seria possível não me lembrar"? Mas por embaraço e por achar a frase cliché, preferi calar-me. Disse que me lembrava, e contei-te detalhadamente cada pormenor. Cada frase dita, cada gesto concretizado.
Relembrei-te alguns pormenores que com o tempo deixas-te desvanecer, não por tua culpa, apenas acho que por tua opção...
Depois perguntei-me o porquê daquela pergunta, tentei aperceber-me dos sinais, tentei aperceber-me se haveria alguns sinais naquela simples frase, com aquele teu tom de voz que sei de cor e salteado.
Será que te estarias a perguntar o que eu mesma já me perguntei a mim mesma?
Como é que apesar de todo este tempo, ainda consigo bloquear o raciocínio?
Já passou um ano, e mesmo assim acordo na manhã seguinte a pensar no que podia ter feito, e tudo aquilo que poderia dizer, em tudo aquilo que queria ter dito.
Mas para quê? Tive medo da tua reacção. E sinceramente, tenho medo...
Será que me fizeste essa pergunta por te perguntares a ti mesmo como foi o início de tudo isto?
Mas para quê? Ambos já tentámos. Ambos já nos apercebemos que como amigos não temos problemas. Ambos sabemos que se precisarmos de dizer o que sentimos independentemente do que for, que diremos um ao outro sem problemas. O problema é esse...
Tenho medo.
Tenho medo de não conseguir ver as coisas com lucidez, não conseguir ver o que queres, não conseguir separar as coisas que não podem ser daquelas que podem.
Tenho medo de passar os limites impostos por nós.
Quero quebrar essa barreira, quero poder passar a linha e espezinha-la de tal forma que com a ajuda do tempo, consigamos esquecer-nos de que alguma vez ela existiu.
Queria que tivesses mais tempo para eu perceber o que isto é, porque apesar de já ter passado um ano, continuo sem perceber realmente a tua importância para mim. És meu amigo, mas não um amigo qualquer. Quero perceber até que ponto te poderia tomar como sendo alguém essencial, porque sempre vi o teu lado bom, sabia que o tinhas.
E hoje com um esforço de ambas as partes consigo olhar e vê-lo.
Lembro-me de como te conheci, lembro-me de como tudo se desenrolou, lembro-me do modo como já olhas-te para mim, lembro-me do modo como me senti quando não queria ir embora.
Lembro-me de teres desabafado comigo quando mal me conhecias, lembro-me de querer fazer parte das tuas coisas essenciais. Mas ambos sabemos que isso nunca deu, nunca foi possível.
Ambos tomámos opções, e as tuas não vão de encontro com aquilo que eu precisava para perceber o que quero, penso, e sinto.
Agora por mais estranho que pareça, por mais coisas que oiça, sei que não me farias mal. Sei que não terias essa necessidade, e acredito que isso seja verdade, porque sempre tive o meu pé atrás contigo. Sempre tive medo... Mas agora já não o tenho. Não o tenho agora e não o terei nunca. "Nunca. Nunca. Nunca. Até nunca mais."

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