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quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Xerife

às vezes penso na rapidez com que desapareceste.
às vezes dou por mim a pensar que mal te cheguei a conhecer, mas sei o quão boa pessoa eras...
quero por vezes acreditar que ainda te posso conhecer, que ainda vais ser aquele rapaz que me cumprimenta com o tão educado beijinho na mão. quero acreditar que ainda me vais cumprimentar assim, porque desde então nunca mais ninguém o fez...
queria poder pensar que estás bem. saber que foi pelo melhor. mas ninguém me pode dar certezas disso... então não consigo deixar de pensar na hipótese de não saber onde tu estás. sei de tudo à tua volta que provocou o que te aconteceu, mas depois dou por mim revoltada e a chorar horas e horas e a encharcar-me em calmantes, mesmo nao te conhecendo à tanto tempo assim. porque cá dentro sei que andam aí milhões de pessoas q faziam o mesmo que tu, e não te condeno! e continuam a fazer pior a outras tantas. tu só foste mais um de nós que se deixou levar... mas se me perguntassem diria que eras uma pessoa completamente normal! aliás, normal não, muito boa pessoa. pelo menos comigo sempre o foste, apesar dos nossos raros encontros, sempre me deixaste imenso à vontade contigo. ainda me lembro de quando me guardaste aquele isqueiro, esquecida como sou esquecime de te pedir de novo, e tu devolveste-me com um sorriso na cara no bbc. lembrome de tudo. lembro-me da tua cara, lembro-me do teu riso que parecia de uma série cómica qualquer! queria poder lembrar-me de mais, mas não posso... irrita-me saber que estavas a deixar de fumar, e mesmo assim ter-te acontecido o que aconteceu. fez-me tanta confusão o teu funeral, ver toda a gente a conter as lágrimas para poder dar força a quem tinha ao seu lado, e os teus pais... o que eu chorei ao vê-los... nunca mais os vi desde então, e penso na mágoa que eles devem sentir todos os dias... ver aquele monte de terra, e saber que estavas lá debaixo, e que não sais mais de lá, dá-me uma confusão horrível! só te imaginava ali deitado debaixo, com 23 anos... olhava nos olhos das pessoas, e só via um vazio em todas elas. quis ir para poder dar uma força, mas acabei por ser das que chorou mais, desculpa-me mas não conseguia conter as lágrimas, ainda tudo me faz imensa confusão... escrevi-te isto porque acho que toda a gente se orgulha de te ter conhecido. quero por vezes acreditar que ainda te posso conhecer, que ainda vais ser aquele rapaz que me cumprimenta com o tão educado beijinho na mão...

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