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domingo, 5 de setembro de 2010

Quando um não quer...


Respiro fundo.
Conto, pausadamente, em ordem crescente, até me acalmar.
Às vezes não sustenho as lágrimas que teimam em deslizar-me face abaixo e não controlo a voz embriagada da dor que sinto.
E penso para mim que por mais que diga, tu não ouves, por mais que cale, tu não sentes, por mais que peça, tu não atendes, por mais que exista, te é indiferente, talvez se eu desaparecesse, nem desses conta, nem desses pela minha falta, talvez nem me queiras mais, tu não dizes, só dizes que me amas, só gritas, só me afastas de ti e dizes que sou eu que te afasto de mim, talvez seja, já nem sei, sinto-me perdida, quero afastar-te e não consigo, quero aguentar estes dias e ver-te e abraçar-te, quero preservar alguma da sanidade que ainda me resta, tu esgotas-me as forças e sugas-me a alma, deixo de ser eu, não porque queira, mas porque me forças a isso, quando tento ser eu, tu não deixas, se te ligo, é porque àquela hora ou estás na praia ou a falar com o bernardo ou pura e simplesmente não atendes, se não ligo, é porque já não quero saber, e se digo, é porque digo, porque insisto, e se calo, é porque amuo, e às tantas já não sei, não sei, as palavras que te posso dizer, as que tenho de calar, e às tantas já não posso ser, não posso, aquilo que sou, tu apagas-me a essência, procuras fazer-me quebrar, vergar-me a ti e à tua vontade, mas não, não, eu ainda existo sem ti, pode doer, pode magoar, pode demorar, mas se for caso disso, se precisar disso para sobreviver, por mais que me custe, virar-te-ei costas e irei em busca das forças que me esgotaste.
Porque sinto uma dor que se reflecte sem ser preciso eu falar, todos a sentem, e dou por mim de braços estendidos na tua direcção, à espera que te apercebas do quão mau tens sido, do quão diferente tu estás... o meu rodrigo tratava-me melhor do que ninguém. E este não és tu.. e magoa.
Até fiquei parva com a quantidade de coisas que vim a descobrir do B., incrível, nunca pensei que ele pudesse ser assim, sempre fiz tudo por ele, mas porque motivos é que ele me odeia tanto? Que moral tens tu de me dizer que não devia falar com o teu amigo? Afinal, não eras tu quem dizia que já não o podia ver à frente? Que ele estava mesmo chato? E tens a lata de falar de mim? A sério. Abre os olhos. Assim acredita que só te vais enterrar mais. Eu quero fazer de tudo por nós, mas deixaste bem claro que não é isso que queres mais. Portanto fico sem saber como lidar contigo. Se luto é porque sou parva por achar que vamos voltar. Se tento abstrair-me e dar-te o teu espaço é porque não quero saber de ti. Então mas afinal onde é que ficamos? Não paras de mandar sinais todos contraditórios. E fico sem saber o que fazer para te demonstrar que te quero a ti e só a ti. Tu tens sido horrível, tenho o orgulho ferido e sinto-me magoada, tens dito coisas horríveis. Eu sempre disse, 'ver para crer' e pelos vistos vi e deixei de ser crente... Tornaste-te numa pessoa que não me trata bem, e sei que não é isto que eu mereço. E eu amo-te mesmo gato. Vou sair e tudo parece querer distrair-me da realidade em que me encontro, abstraio-me, rapazes fazem-se e eu passada só penso poder estar contigo para me protegeres, por muito ciumento que sejas, preferia quando assim o eras e não como agora que tenho de ser eu a enfrentá-los. Tenho feito de tudo para me distrair, qualquer coisa que me mantenha distante do telemóvel. Que me mantenha ausente do que sinto por ti. Porque sempre que luto por ti não há retorno. Pelo quanto gosto de ti estava disposta a ajudar-te e a voltar para ti, mas demonstras tudo menos vontade de fazeres o mesmo, portanto enquanto continuares a demonstrar-me que não me queres, não serei eu a fazer tudo sozinha por nós.

'Porque quando um não quer... dois não dançam.'
(e com esta me fico)
Amo-te...

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