Seguidores

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Podia não ter feito? Podia, e não seria a mesma coisa.


"Quando ele lhe desapertou as calças ela podia tê-lo impedido e acabado a noite por aí. Ou até antes, podia não ter tirado o casaco e não ter ficado com uma camisola de malha apenas. Ele podia tê-la impedido de lhe desapertar os botões da camisa enquanto o beijava ou podia até ter ficado com o pulover vestido, escondendo os botões de tão fácil manuseamento. Ela podia não lhe ter beijado os lábios ou até nem lhe beijar a testa quando ele pousou a cabeça no seu colo, ou melhor, ele podia ter ficado sentado em vez de se deitar nas suas pernas. Ela podia não ter mostrado aquele sorriso que ele conhece tão bem e ele podia não ter usado aquele tom de voz que ela decifra como ninguém. Ele também podia ter conduzido para outro lugar ou ela podia não ter deixado essa decisão ao seu critério e ter escolhido um sítio menos...propício. Quando ele a foi buscar ela podia não ter entrado no carro e ele podia nem ter saído de casa. A bem ver, ela podia nunca ter aceite o convite que ele podia nunca lhe ter feito.
Mas não foi assim que aconteceu.

Ele convidou-a mais uma noite e ela aceitou como sempre. Quando ele chegou apressou-se a abrir-lhe a porta do carro enquanto ela punha mais umas gotas de perfume, e ao perguntar para onde queria ela ir ouviu um "decide tu, hoje é o teu dia". Ele escolheu um sítio com vista para as estrelas e viu o rosto dela iluminar-se com as frases codificadas que ia proferindo. Pousou a cabeça nas suas pernas, ela deu-lhe um beijo na testa e outro nos lábios. Ele ficou com calor e ela desapertou-lhe a camisa. Ela tirou o casaco e ele desapertou-lhe o cinto. O resto ficou só entre eles, não ousaram contar a ninguém...



O sol nasceu e já estavam nas suas casas. Fingem ter sido apenas um sonho até à próxima vez que ele a convidar.

As they always do."

Nenhum comentário: