Rodrigo

Tento encontrar as melhores palavras para te definir, para nos descrever. Mas nenhuma parece suficientemente boa, nenhuma parece fazer jus à tua pessoa, a esse vulto que já me é tão familiar e essencial. Cada dia que passa mostras-me uma faceta tua que me faz gostar cada vez mais. Que me faz querer-te cada vez mais, sem pôr nada em causa. Apenas deixar-me levar pelo fascínio que sinto cada vez que partilhamos palavras soltas que para cada um de nós fazem sempre todo o sentido. Já me considerei dona das palavras, escrevia horas a fio, sempre ciente e certa do que escrevia, sempre consciente do quão fácil era dizer como me sentia, mas contigo não. Fazes-me sentir pequenina, não com medo do teu tamanho, mas da tua imensidão. Porque para mim és desse tamanho. Sinto-me segura e certa do que quero.

Antes de teres aparecido, tudo estava preto no branco, não me sentia completa. Queria algo mais, queria sair daqui. Procurar o meu Eu noutro lugar, pois já não me conseguia rever aqui. Mas dei por mim a virar as costas aos problemas sempre que eles apareciam, mas foi a maneira que adquiri para saber lidar melhor com eles. Queria sair daqui. Isso era certo. Mas depois conheci-te, e faz hoje um mês desde que estivemos juntos pela primeira vez, passou tudo tão rápido, tudo tão perfeito. E já não estou tão certa. Do que sinto por ti não podia estar mais certa. Mas do que preciso de fazer por mim, disso já não sei. Porque contigo sinto-me bem, mas e depois? Quando já não te tiver do meu lado e eu for a única pessoa com quem posso contar, estarei completa? Sinceramente acho que quando partires ainda deixarás um vazio maior do que quando me encontraste. E é disso que tenho medo. Orgulho-me da pessoa que sou, sempre afirmei isso, mas não sei até que ponto é que saberei como irei conseguir lidar com tudo. Preciso de saber do que é que preciso.

Preciso de ti.

Já à algum tempo que me encontrei em ti.

Agora encontrar-me em mim, isso já é outra história, outros abismos, outros eufemismos.

Se partir, não sei até que ponto é que serei feliz, até que ponto irei enriquecer com a experiência quando terei uma lacuna que me aperta e sufoca a garganta só de te saber longe. Não dá para por-te na mesma balança que uma experiência de vida. São coisas distintas.

Ainda me custa assimilar em como foi possível ter-te encontrado do nada, tu tão diferente dos outros e tão igual a mim. Fazes-me confusão. Baralhas-me os sentimentos e os sentidos. Deixas-me sem perceber como é possível deixares-me assim, e deixas-me tão certa do que quero. Não vou mais ser pessimista ou ver um final nisto tudo, porque isso é tudo o que eu menos quero. Sei o quanto ainda temos para dar um ao outro. Só espero conseguir estar à tua altura para te poder dar o mesmo. Quero que o meu 1m67 alcance o teu 1m84. Altura essa que é tão menor comparando com a imensidão com que eu te meço. Para mim as tuas medidas são outras, tão maiores, e tão em conta. Tenho um medo enorme de não te encher as medidas, um medo gigante de não te preencher, de não te chegar, de não te bastar. Tenho medo do dia que deixes de me dizer que sou a namorada perfeita, que deixes de me dizer baixinho o quanto me adoras e o medo que tens de me perder. Tenho medo do dia que deixares de dizer as mesmas frases que eu ao mesmo tempo. Do dia que eu prefira o branco e tu o preto, que eu prefira virar à direita, e tu à esquerda. Tenho medo do dia que o teu caminho não se cruze mais com o meu. E quando isso acontece, somos meras marionetas, onde o destino não se encontra mais nas nossas mãos. Mas contigo sinto-me segura. Sinto-me. Fazes-me sentir.

Não quero que tenhas medo de te dar, de te entregar. Eu já não tenho. Confio em ti e acredito em nós. Tenho de ser assim se quero mesmo que isto resulte. e quero!

Quero que o meu 1m67 alcance o teu 1m84. Altura essa que é tão menor comparando com a imensidão com que eu te meço. Para mim as tuas medidas são outras, tão maiores, e tão em conta. Fazes-me sentir pequenina, não com medo do teu tamanho, mas da tua imensidão. Porque para mim és desse tamanho.

Gosto de ti.

Tua.